HomePublicaçõesInsightsTradings ratificam interesse na construção da ‘Ferrogrão’

Tradings ratificam interesse na construção da ‘Ferrogrão’

A ferrovia mais desejada pelo agronegócio para o escoamento de grãos do Centro-Oeste está um passo mais próxima de virar realidade. As tradings Cargill, Bunge, Louis Dreyfus Commodities e Amaggi, consorciadas com a empresa de estruturação de negócios EDLP, já entregaram ao governo federal sua Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) para a construção do trecho ferroviário entre os municípios de Sinop, em Mato Grosso, e Miritituba, no Pará.

A ferrovia, chamada pelo consórcio das tradings de “Ferrogrão”, foi incluída na segunda fase do Programa de Investimentos em Logística (PIL 2), após pressão do agronegócio. Com custo estimado em R$ 11,5 bilhões, 70% financiado pelo BNDES, o trecho de 930 quilômetros terá capacidade para escoar 30 milhões de toneladas de grãos (soja e milho) por ano de Mato Grosso aos portos do Norte. Para o agronegócio, trata-se de um ganho e tanto: a redução estimada do frete chega a 40%, a depender das condições do mercado.

Com mais de 4 mil páginas, a PMI é um levantamento minucioso de viabilidade técnica, econômica e ambiental do trecho ferroviário e servirá de base para o lançamento do edital de licitação. Agora, o documento deverá ser avaliado pelo governo federal para que, então, sejam convocadas as audiências públicas. Por fim, o estudo será encaminhado ao Tribunal de Contas da União (TCU).

“É um marco importante para nós”, afirma Maurício Muniz, secretário do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Ministério do Planejamento, referindo-se ao destravamento da agenda logística. Também já foram protocoladas propostas para os trechos de Barcarena (PA) a Açailândia (MA), pela Triunfo Participações, e de Estrela D’Oeste (SP) a Três Lagoas (MS), pela J&F, holding que controla JBS (proteínas animais) e Eldorado (papel e celulose).

No caso da “Ferrogrão”, a expectativa do consórcio é que o edital seja publicado no primeiro semestre do ano que vem. Caso a concessão se realize em 2016, o projeto entraria em operação em um período de cinco a sete anos ou seja, até a safra 2022/23.

“Queremos que a ferrovia saia [do papel]. Fizemos o estudo mais ‘licitável’ possível e se alguém com visão ou competitividade de recursos investir nela, que bom. Mas queremos a ferrovia”, diz Paulo Sousa, diretor de grãos e processamento da Cargill no Brasil. De acordo com o executivo, cerca de 30 mil rotas de fluxos de grãos foram analisadas durante um ano pelo consórcio até se chegar à conclusão de que o modal ferroviário, nos moldes apresentados na PMI, seria o mais interessante para escoar os grãos do Centro-Oeste.

Partindo de Sinop, no médio-norte matogrossense, a ferrovia deverá “subir” pela área de influência da BR-163 até chegar ao distrito fluvial de Miritituba. De lá, a ideia é que a carga siga por barcaças até os portos de Santarém e Barcarena, no Pará, e Santana, no Amapá.

Batizado de Pirarara, em homenagem ao peixe amazônico, o plano das tradings de entrar no segmento de transporte ferroviário veio à tona no início do ano passado. Mas Cargill, Bunge, Dreyfus e Amaggi já haviam se unido à EDLP um ano antes, tendo em vista os atrasos nas obras da BR-163 e a saturação das rotas para o Sul.

O agronegócio via também com apreensão a troca de comando na ALL “um momento delicado para qualquer grande usuário de frete do Brasil”, diz Sousa e os esforços de Brasília em avançar nas concessões ferroviárias. Para o escoamento de grãos, as tradings acharam melhor criarem seu caminho.

Três opções são consideradas pelo consórcio: um investidor bancar integralmente o custo do projeto; uma associação com outra companhia (com as tradings e a EDLP como acionistas minoritários); ou arcar com todo o aporte necessário. A segunda alternativa é a preferida.

Segundo Guilherme Quintella, presidente da EDLP, se ficar com a concessão ferroviária o consórcio vai atuar de forma independente, sem vínculo com as empresas.

O estudo bancado pelas tradings e pela EDLP foi o único apresentado para o trecho Sinop-Miritituba. Outro grupo que havia se manifestado inicialmente era a UTC envolvida na LavaJato e, portanto, com o foco voltado a outros assuntos neste momento.

Fonte: Valor Econômico

Por: Bettina Barros

Cadastre-se e receba conteúdos exclusivos e atualizações de mercado

Mantenha-se informado sobre as últimas tendências e tecnologias em Logística e Supply Chain

Rio de Janeiro

Tv. do Ouvidor, 5, sl 1301
Centro, Rio de Janeiro – RJ
CEP: 20040-040
Telefone: (21) 3445.3000

São Paulo

Alameda Santos, 200 – CJ 102
Cerqueira Cesar, São Paulo – SP
CEP: 01419-002
Telefone: (11) 3847.1909

© Todos os direitos reservados para ILOS – Desenvolvido por Design C22