HomePublicaçõesInsightsQual o frete razoável a ser pago em uma rota usando o modal rodoviário?

Qual o frete razoável a ser pago em uma rota usando o modal rodoviário?

O cálculo dos custos operacionais de transportes permite não apenas quantificar os custos relativos à utilização de uma frota primarizada na operação, como também avaliar se as tarifas praticadas pelos transportadores em determinadas rotas estão adequadas ou não, no caso de uma operação com terceirização de serviços de transporte.

Muito além de considerar apenas a distância percorrida na rota, a precificação do frete costuma levar em consideração diversos aspectos, como tipo e condição do veículo, tipo de carga transportada e seu grau de periculosidade, produtividade da operação, tempos de carga e descarga, existência ou não de frete retorno, velocidade média dos veículos considerando tráfego e qualidade das vias utilizadas, facilidade de acesso, restrições de circulação de veículos, presença de regiões de risco no trecho percorrido, sazonalidade da demanda, entre outros.

Figuras 1 : Aspectos que costumam influenciar a precificação de fretes. Fonte: ILOS.

 

Como os impactos de alguns destes fatores são difíceis de serem mensurados e refletidos no cálculo do custo operacional (ou Should Cost), este costuma envolver algumas simplificações. Por exemplo, a existência ou não de retorno para um determinado frete depende da malha de clientes que a transportadora atende. Portanto, é comum adotarmos uma quilometragem média de remuneração de retorno com base na especificidade do ativo e regiões de origem/destino para o custeio aproximado do frete retorno a ser remunerado na metodologia do Should Cost.

É importante pontuar que adotar algumas simplificações na construção de um modelo de cálculo é fundamental para viabilizar sua aplicabilidade. Entretanto, é necessário avaliar qual o impacto que uma simplificação pode trazer aos resultados a serem obtidos para, então, decidir se ela deve ser incorporada ao modelo ou não.

O fluxo de trabalho para o custeio do transporte rodoviário de cargas envolve as seguintes etapas:

    1. Definição dos itens de custo a serem considerados

Nesta etapa, deve ser construída uma lista com os principais itens que impactam o custeio da operação de transportes. A lista apresentada a seguir não é exaustiva e pode ser complementada e ajustada a depender da relevância atribuída a cada item pela equipe responsável na empresa.

Figuras 2 :Itens de custo normalmente considerados no custeio de transporte rodoviário de cargas. Fonte: ILOS.

    1. Classificação dos custos entre fixos e variáveis

    Com a lista de itens de custo finalizada, deve-se classificá-los, um a um, em custos fixos, os quais independem da distância percorrida, e custos variáveis, que dependem da distância percorrida. Na lista de custos apresentada anteriormente, a cor cinza-escuro está associada a itens de custo fixo e a cor laranja a itens de custo variável.

    1. Cálculo dos custos individuais

    Para cada item de custo, agora classificado em fixo ou variável, deve-se estabelecer uma metodologia de cálculo, com a definição de equações e parâmetros envolvidos. Para efeitos de padronização, todos os custos devem ser calculados para uma mesma base temporal.

    1. Custeio das rotas

    Após a definição da metodologia de cálculo de cada um dos componentes de custos fixos e variáveis e levantamento de parâmetros necessários, deve-se calcular o custo fixo total, em R$/h, e o custo variável total, em R$/km.

    O custo total de uma viagem de uma rota será obtido pela a multiplicação do custo fixo total pelo tempo total consumido por viagem, incluindo tempo em trânsito, tempo de carga e tempo de descarga, somada à multiplicação do custo variável total pela distância total percorrida no trecho.

    Note que a produtividade de carga e descarga compõe o cálculo do Should Cost na componente de custo fixo. Quanto menor a distância da rota, mais representativos tendem a ser os custos fixos em relação ao custo total e, por isso mesmo, a produtividade dos processos de carga e descarga tendem a ter um maior impacto no Should Cost resultante.

    É importante também incluir no cálculo do Should Cost um percentual do retorno vazio a ser remunerado ao transportador ou autônomo, o que tem por objetivo refletir a distância média a ser percorrida pelo transportador ou autônomo até que o mesmo consiga uma nova carga, seja por questões de desbalanceamento de carga entre as regiões do Brasil, seja pela especificidade do ativo utilizado.

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    Fontes:

    [1] https://ilos.com.br/web/cursos/cursos-de-atualizacao/gestao-estrategica-dos-transportes/

     

Mais de 3 anos de experiência em projetos de consultoria em Logística e Supply Chain para empresas dos setores de Varejo, Alimentos e Bebidas, Químico e Petroquímico, Telecomunicações, Saúde e Higiene e Beleza. Atuou em projetos de modelagem e otimização de rede logística, definição de política de abastecimento de estoques, estratégia de contratação de transporte primário e secundário com estudo de sinergias, avaliação de modais e alternativas frente ao tabelamento de pisos mínimos de frete da ANTT, dimensionamento de frota para coleta e distribuição urbana, apoio à negociação com transportadores com desenvolvimento de ferramenta heurística para alocação de pacotes de rotas e benchmarking com grandes embarcadores de carga seca e congelada referente a práticas de mercado na operação de transportes.

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