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POSICIONAMENTO LOGÍSTICO E A DEFINIÇÃO DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AOS CLIENTES

Definir a política mais apropriada para atendimento aos clientes constitui um dos fatores críticos para o sucesso de uma empresa, além de ser uma forma obter vantagem competitiva sustentável no longo prazo. Em linhas gerais, as empresas devem escolher a política de atendimento que minimize o custo logístico total de manutenção de estoques, armazenagem e transporte para um determinado nível de serviço exigido pelo mercado. Basicamente existem dois caminhos possíveis a serem seguidos. No primeiro, a empresa poderá adotar uma política de resposta rápida, caracterizada por estoques mais centralizados, utilização intensiva de transporte expresso e pequena dependência de previsões de vendas. No segundo, uma política de antecipação à demanda, caracterizada pela descentralização de estoques, localizados próximos aos clientes potenciais, e pela utilização intensiva de carregamentos consolidados.

Por exemplo, conforme ilustra a Figura 1a, a indústria de petróleo no Brasil adota uma política de antecipação à demanda, sendo o estoque de derivados descentralizado, a partir das refinarias, por várias bases primárias que por sua vez abastecem outras bases secundárias, para atenderem aos postos de combustível mais distantes das refinarias. Além disto, o transporte entre estas instalações é feito através de carregamentos consolidados em caminhões ou vagões tanque, cujo envio vai depender das previsões de vendas feitas para cada elo. Como sabemos, o setor de distribuição de petróleo caracteriza-se por operar com produtos de baixo valor agregado e pequeno risco de obsolescência, além de possuir um perfil de demanda estável, mesmo em períodos recessivos. Veremos mais adiante que esta combinação de fatores minimiza os riscos associados à descentralização dos estoques, além de permitir a consolidação do transporte, elementos que viabilizam economicamente a adoção de políticas de antecipação à demanda.

Por outro lado, a Figura 1b nos mostra que empresas do setor de informática adotam uma política de resposta rápida, sendo o estoque centralizado numa única instalação, geralmente o armazém da fábrica, e seus clientes atendidos através de transporte aéreo expresso, acionado logo após a colocação do pedido. Estas empresas operaram com produtos de alto valor agregado e considerável risco de obsolescência, além de possuírem um perfil de demanda extremamente variável, decorrente de ciclos de vida de produto cada vez menores. Esta combinação de fatores favorece à centralização dos estoques e viabiliza economicamente a adoção de políticas de resposta rápida.

A questão que se coloca, neste momento, é como escolher a melhor política de atendimento, isto é, aquela que minimiza os custos logísticos totais para um determinado nível de serviço. Neste sentido, a escolha da política de atendimento a ser seguida não deve ser fruto de modismos gerenciais ou de decisões unilaterais da alta direção da empresa, mas deve estar condicionada a uma análise prévia dos diversos fatores, como a previsibilidade de demanda e o valor agregado dos produtos, dentre outros, que influenciam seu posicionamento logístico.

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O posicionamento logístico refere-se ao conjunto de três decisões integradas ao longo do tempo, que além de apoiar a execução e operacionalização de uma determinada política de atendimento ao cliente, pode fornecer subsídios relevantes para a elaboração ou reformulação da mesma, dado que se objetiva minimizar os custos logísticos totais para um determinado nível de serviço. Conforme ilustra a Figura 2, o posicionamento logístico abrange as decisões de dimensionamento da rede de instalações, localização dos estoques nesta rede e definição da política de transporte mais adequada. O dimensionamento da rede envolve a determinação do número de armazéns, sua localização e sua missão, ou seja, as regiões de mercado que devem ser atendidas por cada armazém. A localização dos estoques diz respeito ao seu grau de centralização na rede, ou seja às quantidades de produto que devem ser mantidas em cada instalação. Finalmente, a definição da política de transporte envolve, para um determinado grau de centralização, a escolha do modal de transporte mais adequado e dos procedimentos para consolidação de cargas.

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Em função de como estão articuladas estas três decisões de posicionamento, que em última análise dependem de fatores internos e externos à empresa, será adotada a política de atendimento aos clientes de menor custo para um determinado nível de serviço. Para efeito de simplificação, a discussão que se segue terá como ponto de partida uma rede de instalações predefinida, ou seja, o número, os locais e as regiões de atendimento de cada armazém são decisões que não se revertem facilmente no curto prazo. Além disto, estaremos observando a movimentação de produtos a partir de uma única origem para um único destino final na rede de instalações. Isto eqüivale a considerar apenas uma ramificação ou um braço da rede, conforme destacado na figura 3.

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O objetivo deste artigo é examinar nas próximas seções os principais fatores que influenciam a localização dos estoques e a política de transportes numa determinada rede de instalações. Por um lado, será avaliado como a centralização, combinada com a adoção de transporte premium pode viabilizar economicamente a adoção de políticas de resposta rápida. Por outro, como a descentralização e a consolidação de carregamentos viabiliza a adoção de políticas de antecipação à demanda. Também é discutido para cada uma destas políticas as principais características, vantagens, desvantagens e seus trade-offs de custos.

LOCALIZAÇÃO DOS ESTOQUES NA REDE DE INSTALAÇÕES: CENTRALIZAR OU DESCENTRALIZAR?

Basicamente são quatro os fatores que determinam um maior ou menor grau de centralização dos estoques numa rede de instalações: características do produto, características da demanda, nível de exigência do mercado e grau de flexibilidade do processo de fabricação. Outros fatores como o acesso à informação em tempo real e a existência de economias de escala no transporte também influenciam esta decisão. Descreveremos a seguir o impacto individual de cada um destes fatores sobre a decisão de centralização.

As características do produto abrangem as seguintes dimensões: valor agregado, margem de contribuição e grau de obsolescência. De maneira geral, conforme ilustra o Quadro 1, podemos afirmar que quanto maior forem o valor agregado e o grau de obsolescência dos produtos, maior será a tendência para centralização dos estoques, ao passo que quanto maior for sua margem de contribuição, maior será a tendência para descentralização dos estoques.

Por outro lado, as características da demanda abrangem o giro e o grau de previsibilidade. Quanto maiores forem estas dimensões, maior será a propensão para descentralização dos estoques, basicamente por que são minimizados os riscos associados à obsolescência, perda ou encalhe de produtos. Normalmente, produtos com ciclos de vida mais longos e pequeno número de substitutos, apresentam um perfil de demanda mais previsível.

  • Quanto maior for o valor agregado, maior será a propensão para centralização dos estoques numa única instalação a fim de reduzir a duplicidade de custos associados à manutenção de estoques de segurança em diversas localidades.
  • Quanto maior for o grau de obsolescência, maior será a propensão para centralização dos estoques a fim de reduzir os riscos de encalhe (não recuperação dos custos variáveis de produção e movimentação de materiais), decorrentes de decisões equivocadas como, por exemplo, o envio do produto errado para o armazém errado.
  • Quanto maior for a margem de contribuição (diferença entre o preço e o custo variável de um produto), maior será a propensão para a descentralização a fim de minimizar o risco de perder vendas por não haver disponibilidade imediata de produto em estoque.
·         Quanto maior for o valor agregado, maior será a propensão para centralização dos estoques numa única instalação a fim de reduzir a duplicidade de custos associados à manutenção de estoques de segurança em diversas localidades.·         Quanto maior for o grau de obsolescência, maior será a propensão para centralização dos estoques a fim de reduzir os riscos de encalhe (não recuperação dos custos variáveis de produção e movimentação de materiais), decorrentes de decisões equivocadas como, por exemplo, o envio do produto errado para o armazém errado.·         Quanto maior for a margem de contribuição (diferença entre o preço e o custo variável de um produto), maior será a propensão para a descentralização a fim de minimizar o risco de perder vendas por não haver disponibilidade imediata de produto em estoque.
Quadro 1 – Características do Produto e o Impacto sobre a Decisão de Centralização

O nível de exigência do mercado também afeta a localização dos estoques, sendo caracterizado por duas dimensões básicas: prazo de entrega e disponibilidade de produto. A dimensão prazo de entrega influencia fortemente a localização dos estoques na cadeia de suprimento. Por exemplo, supondo 100% de disponibilidade de produto e um dado modal de transporte, prazos de entrega mais curtos e consistentes são alcançados mais facilmente através da descentralização física, isto é, da localização mais próxima dos estoques ao cliente final. Por outro lado, também supondo 100% de disponibilidade de produto, a contratação de transporte expresso pode permitir a centralização dos estoques sem prejuízo dos prazos de entrega. Um caso extremo de nível de exigência do mercado é a consignação dos estoques no cliente, política de atendimento de elevado custo, na qual se garante simultaneamente um prazo de entrega igual a zero e 100% de disponibilidade de produto.

O grau de flexibilidade do processo de fabricação influencia a localização dos estoques na medida que seja economicamente viável adiar a execução de determinadas etapas até a colocação do pedido pelo cliente. Sob determinadas circunstâncias, operações finais de mistura, montagem, embalagem são postergadas até que haja uma definição a respeito de quais SKUs (stock keeping units) serão vendidos, eliminado, com isto, os riscos associado à incerteza da demanda futura. O empacotamento de latas de cerveja em embalagens de 6, 12 e 24 unidades, a mistura final das tintas nas lojas de material de construção e a montagem dos acessórios opcionais nos veículos nas concessionárias, constituem exemplos concretos de atividades que são adiadas até a configuração definitiva da demanda.

A prática de adiar a execução de operações finais em processos de fabricação mais flexíveis é conhecida normalmente como postponement  de manufatura. Esta possibilidade permite que os produtos em sua forma básica possam ter seus estoques descentralizados por instalações capazes de finalizar operações de mistura, montagem e embalagem. A descentralização se torna economicamente viável, por dois motivos fundamentais:

  • conforme dito, produtos em sua forma básica apresentam menor grau de incerteza da demanda (por exemplo, a demanda agregada por uma marca de cerveja é mais previsível que a demanda total por embalagens de 6,12 ou 24 latas),
  • produtos em sua forma básica têm menor valor agregado que produtos acabados, implicando em menor custo de manutenção de estoques de segurança.

Outros fatores relevantes à decisão de centralização são o acesso à informação em tempo real e a obtenção de economias de escala no transporte. O primeiro fator cria uma maior propensão para centralização dos estoques, em função do encurtamento dos tempos de ciclo e da eliminação das incertezas no processamento de pedidos, permitindo uma resposta mais ágil ao cliente final. As economias de escala no transporte, por sua vez, criam um ambiente favorável à descentralização dos estoques, pois tornam menos onerosa a movimentação de produtos através da rede logística.

IMPLICAÇÕES DA CENTRALIZAÇÃO DOS ESTOQUES NA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AOS CLIENTES

Dependendo da combinação e interação dos fatores comentados, pode ser economicamente viável para uma empresa a centralização dos estoques num único armazém, se não de todos, pelo menos de parte de seus produtos. O Quadro 2 apresenta alguns fatores que contribuem para a centralização dos estoques. Entretanto, para que uma empresa consiga prestar níveis adequados de serviço aos seus clientes num ambiente de centralização, sobretudo no que se refere aos prazos de entrega, ela deve estar capacitada para implementar políticas de resposta rápida.

  • Alto valor agregado
  • Alto grau de obsolescência
  • Acesso à informação em tempo real
  • Baixa previsibilidade da demanda
  • Baixo giro
  • Inflexibilidade no processo de fabricação
  • Deseconomias de escala no transporte
  • Pequena margem de contribuição

 

·         Alto valor agregado·         Alto grau de obsolescência·         Acesso à informação em tempo real·         Baixa previsibilidade da demanda

·         Baixo giro

·         Inflexibilidade no processo de fabricação

·         Deseconomias de escala no transporte

·         Pequena margem de contribuição

Quadro 2 – Fatores que contribuem à centralização dos estoques

 

 

Uma prática bastante comum em políticas de resposta rápida é o postponement logístico, pelo qual a empresa mantém seus estoques centralizados até o último instante possível, enviando imediatamente os produtos para os clientes ou consumidores finais tão logo sejam colocados os pedidos. Normalmente uma política de resposta rápida implica no envio infreqüente de vários carregamentos fracionados em modais premium como, por exemplo, o aéreo. Neste ambiente, custos de transporte elevados mais que compensam a incerteza e a duplicidade de custos de manuseio de materiais associada à descentralização dos estoques por vários armazéns. Outro elemento que viabiliza esta política é a tecnologia de informação, que permite a colocação e processamento de pedidos em tempo real.

Em diversas empresas, peças de reposição de elevada criticidade normalmente encontram-se centralizadas num único armazém, devido as suas características peculiares: alto valor agregado, baixo giro e baixa previsibilidade de demanda, inexistência de economias de escala no transporte em função de carregamentos fracionados e elevada exigência por disponibilidade de produto. Nos EUA, conforme ilustra a figura 4, empresas como a IBM e a Xerox centralizaram seus estoques de peças de reposição para viabilizar economicamente uma política de resposta rápida, na qual o transporte aéreo e o uso intensivo de tecnologia de informação constituem seus elementos principais.

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Uma análise preliminar para avaliar a viabilidade econômica de uma política de resposta rápida, numa rede simples de instalações composta por uma fábrica e um único armazém avançado, consiste na identificação dos custos relevantes para a centralização. Conforme ilustra a Figura 5, a centralização leva a um aumento nos custos de transporte, em função da contratação de transporte premium para percorrer o trecho (c), da fábrica até o cliente final. Espera-se que este aumento nos custos de transporte seja compensado por reduções nos custos de oportunidade de manter o estoque na cadeia (em trânsito e no armazém), em função de um ciclo de entrega mais curto.

Caso os custos totais (transporte e manutenção de estoque na cadeia) da operação no trecho (c) sejam de fato menores que a soma dos custos totais da operação nos trechos (a) e (b), a centralização dos estoques, paralelamente à utilização de transporte premium viabiliza a adoção de políticas de resposta rápida. Por outro lado, em não se verificando esta situação, deve ser conduzida uma análise mais detalhada para avaliar se as reduções nos custos de manuseio de materiais e processamento de pedidos decorrentes da eliminação do centro de distribuição são suficientes para compensar o aumento nos custos de transporte.

 

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IMPLICAÇÕES DA DESCENTRALIZAÇÃO DOS ESTOQUES NA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AOS CLIENTES

Por outro lado, dependendo da interação entre as características do produto, da demanda, dos níveis de serviço exigidos, da flexibilidade no processo de fabricação e de outros fatores relevantes, pode ser economicamente viável a descentralização física dos estoques em diversos armazéns. A descentralização normalmente implica numa política de antecipação à demanda, ou seja, num ambiente operacional em que a produção e a distribuição são empurradas ao longo dos diversos elos da rede de instalações até chegar ao cliente final. A antecipação à demanda mostra-se bastante adequada para situações em que há pequena troca de informações em tempo real entre clientes e fornecedores e os produtos são de baixo valor agregado. Muitas vezes, investimentos em tecnologia de informação tornam-se proibitivos e não são economicamente justificados quando comparados relativamente ao valor agregado dos produtos.

Geralmente, uma estratégia de antecipação à demanda possui uma forte dependência de previsões de vendas para determinação e balanceamento dos níveis de estoque em cada elo da cadeia, problema inexistente quando há centralização. Outro elemento que viabiliza esta estratégia é a consolidação do transporte: espera-se que os custos adicionais de movimentação de materiais, manutenção de estoques e processamento de pedidos oriundos da descentralização sejam mais do que compensados pelas economias de escala no transporte consolidado. As próximas sessões apresentam uma discussão mais detalhada sobre a consolidação do transporte e o balanceamento dos níveis de estoque em cada elo da cadeia como decisões de posicionamento logístico que podem viabilizar economicamente políticas de antecipação à demanda.

CONSOLIDAÇÃO DO TRANSPORTE

Existem duas maneiras principais para gerar economias de escala no transporte: a consolidação no tempo e a consolidação no espaço. A consolidação no tempo consiste na programação semanal de embarques em dias da semana específicos. Sua implementação é mais adequada para situações onde é pequena a demanda diária por carregamentos, o prazo de entrega não é uma exigência crítica de serviço e ocorre transferência de produtos entre armazéns centrais e armazéns locais de uma mesma empresa, conforme ilustra a Figura 6.

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Basicamente, a análise da viabilidade para consolidação no tempo é feita através da comparação entre as reduções esperadas nos custos de transporte (resultante de um menor número de envios semanais do armazém central para o local) e o aumento nos níveis de estoques de segurança no armazém local para manter um mesmo nível de disponibilidade de produto (resultante de um maior tempo médio de ressuprimento entre o armazém central e o local).

Por sua vez, a consolidação no espaço envolve a utilização de armazéns para gerar economias de escala no transporte em parte do trajeto do fornecedor ao cliente. Sua adoção é mais recomendada para situações onde o prazo de entrega é uma exigência crítica de serviço e há o recebimento de carregamentos fracionados de diversas origens ou a expedição para diversos destinos. A figura 7 ilustra as duas operações mais comuns para consolidação no espaço: os armazéns de consolidação e os armazéns de break-bulk.

Especificamente nos armazéns para break-bulk, carregamentos consolidados são enviados para lá a partir do fornecedor, com o objetivo de serem fracionados em diversos carregamentos menores para posterior envio aos diversos clientes. Geralmente este tipo de instalação situa-se mais próximo do mercado consumidor que do fornecedor, de modo a maximizar a economia de escala no transporte consolidado.

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DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE ESTOQUE EM CADA ELO

Tendo sido feita a opção pela política de antecipação à demanda, com a conseqüente descentralização dos estoques, uma questão de grande importância é a determinação e o balanceamento dos níveis de estoque em cada elo. Por exemplo, se uma empresa opera um armazém de fábrica, localizado no Rio de Janeiro, e um outro para break-bulk, em Recife, qual deve ser o nível médio de estoque em cada uma destas instalações para um determinado produto?

Na realidade, não existe uma solução que otimize de maneira integrada os níveis de estoque para cadeias de suprimento com mais de três elos. Uma solução que muitas universidades e empresas de consultoria sugerem é a simulação em computador do fluxo de produtos através das diversas instalações da cadeia, com base nos históricos recentes dos pedidos da empresa. Resultados referentes à movimentação de produtos, níveis de estoque, stockouts e freqüência de carregamentos são gerados e analisados. Diferentes políticas de atendimento podem ser avaliadas em termos de custos totais e níveis de serviço a partir de mudanças nos parâmetros da política de estoques e dos modais de transporte.

Finalmente, existem diversos fatores que influenciam os níveis de estoque em cada elo. De maneira geral, conforme ilustra o Quadro 3, podemos afirmar que quanto maior forem os custos unitários de movimentação e manuseio de produtos e a confiabilidade no suprimento, menores serão os níveis de estoque num determinado elo. Por outro lado, quanto maior forem a demanda média, a variabilidade da demanda, o custo de processamento de pedidos, as economias de escala e os lead-times no transporte de suprimentos, maiores serão os níveis de estoque.

  • Quanto maior for a confiabilidade no suprimento, menores serão os níveis de estoque em função de uma menor necessidade de estoques de segurança.
  • Quanto maior forem os custos unitários de movimentação e manuseio de materiais numa instalação, menores serão os níveis de estoque comparativamente à outras instalações que apresentem custos mais competitivos.
  • Quanto maior for a demanda média e a variabilidade da demanda na região de atendimento de um determinado armazém, maiores serão os níveis de estoque de ciclo e de segurança.
  • Quanto maior for o lead-time de suprimento, maiores serão os níveis de estoque em função de uma maior necessidade de estoques de segurança.
  • Quanto maiores forem as economias de escala no transporte de suprimento, maiores serão os níveis de estoque em função de uma maior quantidade de produtos movimentada de uma instalação para outra.
·         Quanto maior for a confiabilidade no suprimento, menores serão os níveis de estoque em função de uma menor necessidade de estoques de segurança.·         Quanto maior forem os custos unitários de movimentação e manuseio de materiais numa instalação, menores serão os níveis de estoque comparativamente à outras instalações que apresentem custos mais competitivos.·         Quanto maior for a demanda média e a variabilidade da demanda na região de atendimento de um determinado armazém, maiores serão os níveis de estoque de ciclo e de segurança.·         Quanto maior for o lead-time de suprimento, maiores serão os níveis de estoque em função de uma maior necessidade de estoques de segurança.

·         Quanto maiores forem as economias de escala no transporte de suprimento, maiores serão os níveis de estoque em função de uma maior quantidade de produtos movimentada de uma instalação para outra.

Quadro 3 – Fatores que Influenciam os Níveis de Estoque em Cada Elo

CONCLUSÃO

Este artigo apresentou as duas políticas principais de atendimento aos clientes: antecipação à demanda e resposta rápida. As empresas devem escolher a política de menor custo logístico total para um determinado nível de serviço, evitando balizar esta decisão por modismos gerenciais. A determinação da melhor política está condicionada a uma análise de diversos fatores externos e internos à empresa que influenciam seu posicionamento logístico: dimensionamento da rede de instalações, localização dos estoques e política de transportes.

https://ilos.com.br

Doutor em Ciências em Engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ e visiting scholar do Departamento de Marketing e Logística da Ohio State University. Possui os títulos de Mestre em Engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ e de Engenheiro de Produção pela Escola de Engenharia da mesma universidade. Professor Adjunto do Instituto COPPEAD de Administração da UFRJ, coordenador do Centro de Estudos em Logística. Atua em atividades de ensino, pesquisa, e consultoria nas áreas de localização de instalações, simulação de sistemas logísticos e de transportes, previsão e planejamento de demanda, gestão de estoques em cadeias de suprimento, análise de eficiência de unidades de negócio e estratégia logística. Possui mais de 60 artigos publicados em congressos, revistas e periódicos nacionais e internacionais, tais como o International Journal of Physical Distribution & Logistics Management, International Journal of Operations & Production Management, International Journal of Production Economics, Transportation Research Part E, International Journal of Simulation & Process Modelling, Innovative Marketing e Brazilian Administration Review. É um dos organizadores dos livros “Logística Empresarial – A Perspectiva Brasileira”, “Previsão de Vendas - Processos Organizacionais & Métodos Quantitativos”, “Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento do Fluxo de Produtos e dos Recursos”, “Introdução ao Planejamento de Redes Logísticas: Aplicações em AIMMS” e “Introdução ao Planejamento da Infraestrutura e Operações Portuárias: Aplicações de Pesquisa Operacional”. É também autor do livro “Gestão de Estoques na Cadeia de Suprimento – Decisões e Modelos Quantitativos”.

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