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Operação com produtos de baixo shelf life

O maior acesso à informação tem transformado o comportamento do consumidor no que diz respeito à saúde. Cada vez mais as pessoas entendem sobre a necessidade de possuir uma vida balanceada, através da conjugação de exercícios com uma alimentação saudável, para prevenção de doenças e problemas físicos. E o reflexo disso se vê no comércio e nas prateleiras dos supermercados, cada vez mais habitadas por produtos “orgânicos”, “sem glúten”, “sem conservantes”, “veganos” e afins.

As empresas têm aumentado seu portfolio nesta direção, seja através de aquisições de marcas que possuam estas características, seja através do lançamento de novos produtos. Porém, isto pode trazer novos requisitos operacionais, pois tais produtos podem possuir shelf life reduzido (prazo de validade mais curto), por conta de seus componentes. Colocar estes produtos na mesma operação de outros que não possuem esta característica restritiva pode acarretar em sérios problemas: produtos vencidos nas gôndolas, aumento dos conflitos com clientes, insatisfação dos consumidores e prejuízos financeiros por conta de perdas por perecibilidade dos estoques.

Figura 1 – Produtos orgânicos possuem, em geral, shelf life reduzidos comparados aos similares não-orgânicos.
Fonte: Senado Federal

O primeiro ponto fundamental para manter a eficiência na operação com estes tipos de produtos reside no planejamento da demanda. É importante ter uma acurácia alta na previsão destes produtos, pois os erros de previsão podem acarretar em altos níveis de estoque, o que aumenta as chances dos produtos vencerem ao longo da cadeia. É importante frisar que não basta ter somente um bom método matemático de previsão estatística, mas sim um processo estruturado de S&OP, que envolva a alta diretoria, que tenha engajamento comercial, indicadores eficazes e responsabilização.

O setor de suprimentos e relação com fornecedores, que se responsabiliza pela compra de matéria-prima (caso os produtos sejam fabricados pela empresa) e/ou pela compra dos produtos fabricados em terceiros também tem papel fundamental na operação. O tamanho dos lotes e a frequência de fabricação tem impacto imediato nos níveis de estoque necessários. Quanto menores os lotes de produção e maior a frequência de envio dos produtos, mais frescos eles vão avançar pela cadeia, reduzindo as chances de problemas por perecibilidade.

No transporte, é possível aproveitar as sinergias nas entregas dos produtos de baixo shelf life com os outros produtos “padrão”, em casos de serem os mesmos clientes e de não haver impacto nos tempos de carregamento e descarregamento. Desta forma, há um aumento da ocupação dos veículos e redução dos custos de transporte. Porém, se a frequência de visita aos clientes for baixa, pode ser necessário um transporte dedicado, com maior frequência, a fim de preservar a validade dos produtos. Para definir a estratégia de transportes, é fundamental analisar este trade-off.

Na armazenagem, dois pontos devem ser avaliados na operação. O primeiro diz respeito à metodologia de entradas e saídas dos estoques. Dependendo da quantidade de elos na cadeia, alguns produtos podem desrespeitar o FIFO (First-In-First-Out) e realizar o LIFO (Last-In-First-Out). Por exemplo, se temos um hub que atende clientes e que transfere produtos para outros CDs, pode-se fazer LIFO na transferência, para evitar que os produtos que chegam no CD tenham seu frescor reduzido comparado aos produtos que saem do hub e vão direto para os clientes (Figura 2).

Figura 2 – Realizar LIFO nas transferências e FIFO para entregas é uma opção para não prejudicar os elos mais distantes da cadeia.
Fonte: ILOS

O segundo ponto que diz respeito à armazenagem é a paletização dos produtos para transferência. É fundamental permitir que os paletes tenham uma combinação de SKUs, de tal forma que não seja transferido um volume enorme de produtos de uma única vez. Muitas vezes a operação dos armazéns empurra o volume do mês todo em um único dia, o que prejudica muito a vida dos produtos na ponta. Isto é mais grave para produtos de classe C, que possuem menos demanda e podem ter maiores problemas de validade. A montagem dos paletes deve permitir que os produtos sejam transferidos com alta frequência e em volumes reduzidos. Montar os paletes por camadas de SKUs, por exemplo, pode ser uma opção. Apesar disto poder acarretar em aumento nos custos de picking (aumento do picking unitário), é importante para não prejudicar o frescor dos produtos na ponta.

A gestão e controle dos estoques são igualmente importantes neste contexto, de maneira que o engajamento de todas as áreas deve ocorrer, para assegurar a qualidade e o nível de serviço no atendimento.

Atua há 7 anos em consultoria, com experiência em mais de 20 projetos de Planejamento da Demanda e S&OP, Design de Rede Logística, Plano Diretor Logístico, Políticas de Estoques, Estratégia de Operações e Inteligência de Mercado

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