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Movimento de contêineres sobe 1% em 2014

O comércio exterior brasileiro via contêineres teve em 2014 seu menor crescimento desde 2009, quando a crise mundial derrubou os volumes em 14%. O número de contêineres ­ onde são embarcadas cargas de maior valor agregado, mas também cada vez mais commodities ­ cresceu apenas 1%, fechando o ano em 4,65 milhões de Teus (contêineres de 20 pés).

Os dados são da consultoria Datamar e foram divulgados pela Maersk Line, maior armador de contêineres do mundo e terceiro no ranking da navegação de longo curso no Brasil ­ dominada por empresas estrangeiras. O levantamento leva em conta apenas os contêineres cheios de importação e exportação.

A despeito do resultado frustrante, a Maersk Line cresceu 5%, de 600 mil Teus para 630 mil Teus, e aumentou em 0,5 ponto percentual a participação no transporte do comércio exterior brasileiro em contêineres, saindo de 13,5% para 14%. Permanece atrás da Hamburg Süd e da MSC, respectivamente.

Mas, segundo Mario Veraldo, diretor comercial Maersk Line no Brasil, os volumes não cresceram na medida do esperado em um ano de Copa do Mundo, evento típico que eleva as compras externas e fomenta o transporte marítimo. Nem os volumes do terceiro trimestre, geralmente elevados pelas encomendas para as festas de fim de ano, responderam como nos anos anteriores. Para este ano, a estimativa da companhia é que o mercado marítimo cresça, novamente, apenas 1%.

“Existiu muita incerteza no segundo semestre de 2014. Havia uma expectativa no começo do ano de um desenvolvimento, uma sinalização mais alta. Isso não aconteceu”, disse Veraldo ao Valor. E os efeitos da valorização do dólar ainda não foram sentidos.

Diante do ano complicado, a Maersk Line reduziu os navios empregados na rota entre o Brasil e a Europa, cortando em 25% a capacidade de um dos dois serviços neste tráfego no fim de 2014.

A rota com a Europa representa quase metade da oferta do armador nas linhas de longo curso com o Brasil.

Segundo Peter Gyde, principal executivo da Maersk Line no Brasil, os exportadores perderam mercados e participação em 2014, as companhias de navegação fecharam rotas e os serviços recuaram “conforme as empresas se esforçavam para encontrar a melhor maneira de obter eficiência em suas cadeias de suprimentos para manter alguma margem e continuar sustentável”, afirmou o executivo, em relatório.

A saída, dizem, é aumentar o comércio com países fortes. “Não adianta só ter um câmbio mais favorável se não tem para quem vender. Além de reduzir os custos logísticos e o custo Brasil, é necessário ter acordos bilaterais. Os países mais bem­sucedidos e menos suscetíveis a essas variações no comércio internacional são os que têm livre comércio ou acordo bilateral com outros países fortes”, afirma Veraldo, referindo­se a outros países onde a Maersk Line tem presença marcante.

Entre os mercados que poderiam ser melhor explorados pelo Brasil ele cita os EUA ­ pela questão geográfica e de concentração de mercados consumidores que poderiam ser complementares ­ e a Europa.

Apesar da pouca movimentação absoluta, portos do Nordeste e do Norte cresceram de forma consistente em 2014 no transporte de contêineres cheios. Enquanto os portos do Sudeste, que representam 50% do mercado brasileiro, encolheram 2,8% em termos de volumes, o crescimento composto dos portos nas regiões Norte e Nordeste foi de 4,4%.

“O Nordeste está começando a criar um ecossistema comercial internacional próprio, mas ainda não tem escala necessária”, afirma Veraldo

Fonte: Valor Econômico

Por Fernanda Pires

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