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Logística Urbana: As restrições de circulação de veículos de carga nos grandes centros

A tendência a urbanização no Brasil tem causado desequilíbrio nos grandes centros. O intenso trânsito de veículos e as emissões de gases de efeito estufa são consequências dessa urbanização e influenciam diretamente a logística urbana.

A CNT (Confederação Nacional de Transportes) afirma que a urbanização acelerada trouxe dificuldades a malha logística dos grandes centros desafiando o abastecimento das cidades, nas quais vivem 84% da população brasileira e por onde circulam 97 milhões de veículos motores. Uma alternativa para equilibrar esse imenso tráfego de pessoas e veículos foi restringir a circulação de veículos de carga dentro dos grandes centros.

Figura 1 – Radares controlam a circulação de caminhões em Curitiba
Fonte – Prefeitura Municipal de Curitiba (2013)

 

40% das cidades das Regiões Metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Distrito Federal, Porto Alegre, Recife e Fortaleza apresentam alguma restrição de circulação de veículos de carga. Essas restrições podem ser segmentadas em Restrição de Circulação (veículo proibido de trafegar nas vias pré-estabelecidas), Restrição de Carga e Descarga (veículo possui autorização para estacionar, porém possui horários definidos para operar a carga) e Restrição de estacionamento (veículo não pode estacionar nem operar a carga). A Figura 2 ilustra as principais cidades brasileiras que possuem restrição e estão classificadas pelas horas em restrição durante as 24 horas o dia.

Figura 2 – Cidades e restrições no Brasil
Fonte – ILOS (2019)

 

Na cidade de São Paulo as restrições de circulação são diferentes e específicas para cada uma das zonas. Na ZMRC (Zona Máxima de Restrição de Circulação) os veículos de carga são proibidos de circular de segunda à sexta das 5h às 21h, com exceção do VUC (Veículo Urbano de Carga), assim como nas vias Restritas 2, 3 e 4. A Via Restrita 1 não permite a circulação nem do VUC, sendo que a multa para o descumprimento da lei é de R$ 130,16 com infração média e 4 pontos na carteira de habilitação.

Um estudo da CNT afirma que as restrições aumentaram a complexidade das operações de entregas e distribuições nos grandes centros, consequentemente aumentando o custo do transporte, incidido diretamente no valor do frete, visto que podem ser aplicados adicionais de dificuldade de entrega e área de restrição. E também gerando incerteza na previsão de entregas, muitas restrições não são divulgadas e as normativas não são claras, gerando dúvidas ao transportadores.

Porém muitas cidades implantam as restrições de circulação sem fazer qualquer estudo prévio, com a ideia simplista de que proibindo a circulação em algumas janelas do dia irá diminuir o trânsito e poluição, mas isso não é verdade. É necessário um planejamento, dialogar com os setores envolvidos, padronizar o tipo de veículo, horários e vias que contemplam a restrição. Além de melhorar a sinalização das vias e a fiscalização de trânsito para que as restrições de circulação agreguem valor a logística urbana.

 

Fontes:

https://cnt.org.br/agencia-cnt/estudo-cnt-revela-dificuldades-transporte-cargas-centros-urbanos

https://www.cnt.org.br/agencia-cnt/metade-restricoes-caminhoes-regioes-metropolitanas-horario-integral

 

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