O mês de janeiro de 2016 vai entrar para a história pela retração no setor de transporte. Na comparação com janeiro de 2015, a redução na demanda por frete foi de 16,7%, com destaque para as regiões Nordeste e Centro-Oeste, que registraram quedas na faixa dos 20%.
Para as transportadoras, essa queda representa um grande desafio. Afetadas não apenas pela redução no volume de suas operações e, consequentemente, na receita, as transportadoras também enfrentam dificuldades para corrigir os valores de fretes, em função do forte aumento de custo registrado em 2015, dada a nova relação entre oferta e demanda.
Do ponto de vista dos embarcadores, a situação também é complexa, pois a redução do volume decorre da diminuição do seu próprio nível de atividade. Assim, a “vantagem” de o preço de frete não ter sido reajustado na mesma proporção que o aumento de custo pode ser encarada também como uma vulnerabilidade do mercado fornecedor, que luta para gerar caixa pelo menos suficiente para arcar com os pagamentos das parcelas dos veículos adquiridos na época de crédito fácil e barato.
Claro que os 16,7% foram registrados apenas em um mês específico, mas não se pode ignorar suas consequências caso a crise econômica no Brasil perdure por mais tempo. Lembrando que a atividade de transporte é um dos melhores termômetros da economia, caso esse número permaneça ao longo do ano, ela seria acompanhada de uma redução do PIB de cerca 10%, o que seria um enorme desastre!