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É o mesmo preço

Estava eu na farmácia, aguardando na fila do caixa para pagar minhas compras.

A moça na minha frente comprava vários produtos, inclusive fraldas. Pegou, por engano, um pacote de fraldas indicado para Meninos, mas na verdade queria um para Meninas. Apenas percebeu a troca após já ter registrado todos os seus outros produtos para pagamento. Faltava apenas registrar as fraldas.

A fila estava longa, e a farmácia era grande. Voltar para trocar o pacote de fraldas deixaria todos na fila esperando.

Inocentemente, a moça falou com a senhora responsável pelo registro dos produtos no caixa: “Você pode registrar essas fraldas para Meninos, eu pago as compras, e depois eu volto lá na prateleira e troco o pacote pelo de Meninas”. “É o mesmo preço, não vai fazer diferença”.

Eu fiquei apreensiva. “Não faça isso”, pensei comigo mesma. Será que a senhora do caixa sabe que ela não pode registrar produtos diferentes como se fossem os mesmos? Será que ela foi treinada para isso? O código de barras não é o mesmo nas duas fraldas. O estoque em sistema não vai bater com o estoque físico. Isso pode gerar rupturas….

Para meu alívio, a senhora do caixa respondeu “Eu não posso fazer isso, vai dar divergência no estoque”.

“Ufa”, pensei eu aliviada, me colocando no lugar dos gestores da farmácia.

Neste exemplo, a senhora do caixa foi perfeita em sua decisão, mas no Brasil cerca de 18% dos produtos que aparecem como disponíveis nos sistemas dos varejistas, na realidade não existem fisicamente no estoque. As principais causas são os furtos e as quebras, mas os erros de registro também são motivadores.

Essas divergências fazem com que os produtos não sejam repostos nas gôndolas, pois os gestores responsáveis pelo suprimento das lojas analisam os dados do sistema e pensam que esses itens não estão sendo procurados pelos consumidores. Mas, na realidade, eles estão em ruptura.

Para sanar as divergências, não há outro jeito além de se realizar um inventário físico. Para facilitar este inventário, uma saída é criar rotinas nos sistemas, fazendo com que indiquem quais os produtos estão sem vendas há mais tempo do que o seu giro médio. Dessa forma, não é necessário aguardar meses para que um novo inventário completo seja realizado.

E, é claro, treinamento das senhoras e senhores que ficam no caixa das lojas faz toda a diferença.

 

Referências

<http://www.sm.com.br/detalhe/estoque-virtual>

 

https://ilos.com.br

Sócia-Executiva do ILOS, possui mestrado e graduação em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com mais de 10 anos de experiência na área de Logística e Supply Chain atuando em diversos projetos, gerenciamento e participação de pesquisas associadas ao tema. Possui mais de 20 artigos em jornais, revistas, periódicos e anais de congressos, sendo co-autora de diversos títulos da Coleção COPPEAD pela editora Atlas e da Coleção Panorama Logístico ILOS e CEL/COPPEAD.

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