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Supply chain management: O que há de comum nas empresas referência



Anualmente a Gartner divulga o principal ranking de avaliação de excelência em supply chain management (gestão da cadeia de suprimentos) no mundo e no dia 19/05 foram divulgados os resultados da edição 2021 do Supply Chain Top 25. A classificação engloba as maiores empresas do mundo e é composta por duas abordagens diferentes: uma medição quantitativa do desempenho dos negócios (avalia índices como retorno sobre ativos físicos, giro de estoque e crescimento da receita) e uma avaliação qualitativa a partir de opiniões dos especialistas da consultoria e dos pares globais das empresas analisadas.

O Top 5 de 2021 se manteve o mesmo em relação ao ranking de 2020, com a Cisco permanecendo na primeira posição.

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Figura 1: Supply Chain Management Top 25 2021
Fonte: Gartner. Adaptação: ILOS

 

Durante a avaliação, a Gartner identificou 3 tendências principais e comuns entre as empresas presentes no ranking:

    • Organização orientada para propósitos: cada vez as empresas estão mais comprometidas com aspectos sociais, ambientais e de governança. Alguns exemplos de iniciativas nesse sentido incluem otimização da rede logística para retirar veículos das ruas e reduzir a emissão de carbono, reutilização do calor dos processos de manufatura upstream para fornecer energia aos elos downstream, utilização de materiais recicláveis e compostáveis, soluções criativas para aumentar a densidade do transporte e produtos sendo projetados para garantir maior circularidade enquanto outros são projetados para gerar uma pegada ambiental menor para o cliente. Além da sustentabilidade, muitas organizações aumentaram o foco na diversidade, equidade e inclusão em suas equipes e estão combatendo mais fortemente questões sociais como racismo, homofobia, machismo e xenofobia.
    • Transformação de negócios voltada para o cliente: A pandemia de Covid-19 gerou interrupções no fornecimento, oscilações de demanda maiores do que o normal e um nível acelerado de transformação do modelo de negócios, exigindo que as cadeias de fornecimento fossem altamente adaptativas. Neste sentido, muitos canais tradicionais passaram a atender diretamente o consumidor, reduzindo a necessidade de elos intermediários na cadeia, o que ajudou a aumentar a sua visibilidade da demanda. Pelo lado do varejo, o aumento de pedidos de e-commerce exigiu investimentos significativos na automação de centros de distribuição para poder lidar com a separação de pedidos mais fracionados. Um outro efeito desse movimento dos consumidores foi o aumento do custo de entregas last-mile para as empresas, levando a inovações e a novas parcerias, como o compartilhando de espaços omnichannel em shoppings e de lojas físicas para vendas especiais e devolução de produtos do comércio eletrônico. Para atender aos problemas de falta de capacidade produtiva, muitas empresas também reduziram significativamente o seu portfólio de produtos, eliminando os SKUs conhecidos como cauda longa que foram sendo introduzidos ao longo de anos de operação sem que houvesse uma avaliação posterior sobre os reais ganhos trazidos por eles.
    • Transformação digital: a digitalização e uso intensivo em tecnologia é uma marca das empresas referência em supply chain management no mundo. A inteligência artificial e o machine learning estão sendo cada vez mais usados para analisar as restrições de fornecimento em tempo real e equilibrar a participação no mercado, o lucro e os objetivos estratégicos da empresa. No transporte, algumas empresas já monitoram e gerenciam remessas dinamicamente, atuando previamente em entregas com alta chance de atraso, visando manter ao máximo os compromissos firmados com o cliente. A automação do chão de fábrica continua em ambientes fabris e empresas de vanguarda estão monitorando de forma remota e centralizada suas fábricas. Mudanças importantes no modelo de negócios também aceleraram a automação nos centros de distribuição e atendimento nos últimos 12 meses. Para extrair todo o benefício dessas tecnologias, as empresas têm investido também em programas de capacitação para suas equipes para que estas aprendam a interpretar melhor a enorme quantidade de dados e análises geradas pelos sistemas e consigam tomar melhores decisões em suas funções.

Falando especificamente da empresa líder do ranking, o forte crescimento da receita, a força nas iniciativas ambientais, sociais e de governança (ESG) e o reconhecimento da liderança nas pesquisas de opinião da comunidade levaram a Cisco ao primeiro lugar pelo segundo ano consecutivo. A agilidade da Cisco ajudou a empresa a priorizar a videoconferência e os recursos de infraestrutura crítica para hospitais e pesquisas de vacinas no último ano. Além disso, requisitos de sustentabilidade estão incorporados na cadeia de suprimentos da Cisco para ajudar a garantir a melhoria contínua e promover mudanças impactantes. Em 2016, a Cisco definiu metas agressivas de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2020. Tendo alcançado os objetivos um ano antes do previsto, a empresa apertou mais ainda as metas para 2025.

Em segundo lugar ficou a Colgate-Palmolive, que já ocupou a liderança do ranking em 2019 e é referência há anos em supply chain management. A empresa continua a impulsionar a transformação da cadeia de suprimentos utilizando estratégias de segmentação de clientes, adotando novos modelos de negócios (e-commerce, por exemplo) e investindo na digitalização. Além disso, a Colgate-Palmolive permaneceu firme em seu compromisso de reduzir o desperdício ambiental e hoje 13 de suas fábricas possuem o mais alto nível de reconhecimento pela US Green Building Council.

A Johnson & Johnson fechou o pódio do ranking em 2021. Além de também se comprometer fortemente com questões sociais, ambientes e de governança, a empresa se destaca pela inovação, agilidade e resiliência de sua cadeia de suprimentos. Outra grande preocupação da J&J é buscar sempre a maior correspondência possível entre demanda e oferta. Para isso, usando ciência de dados e algoritmos complexos, a empresa monitora automaticamente centenas de milhares de pedidos feitos por grandes clientes, como centros médicos e governos. Se o algoritmo detecta um padrão incomum, ele logo alerta os profissionais da cadeia de suprimentos, que prontamente investigam as causas do desvio e atuam para evitar gaps de atendimento ou excesso de estoque.

Assim como a Gartner apresenta as empresas referência em supply chain no mundo, há 27 anos o ILOS organiza e realiza o Fórum Internacional Supply Chain com o objetivo de apresentar e discutir boas práticas de gestão da cadeia de suprimentos no Brasil e no mundo. Em 2021, o Fórum acontecerá entre os dias 4 e 6 de outubro em formato 100% digital e terá entre suas verticais temáticas Tecnologia e Transformação Digital, Riscos e Sustentabilidade no Supply Chain, Inovações no E-commerce e no Varejo, entre outros temas que estão no topo da agenda dos grandes executivos do setor. Saiba mais sobre o Fórum e garanta já a sua inscrição aqui.

Referências:

Gartner – Global Report 2021

Gartner – Supply Chain Top 25 Methodology

Mais de 11 anos de experiência em projetos de capacitação e consultoria, com foco em Logística e Supply Chain. Em consultoria, realizou projetos como Plano Transformacional de Logística, Diagnóstico das operações logísticas, Estratégia e Calendarização da Operação de Transporte, Mensuração do Custo de Servir, Estudo de Mercado, Mapeamento de Oportunidades de Redução de Inventário, Revisão do Processo de S&OP, Plano de Capacitação e Implementação de Processos Comerciais em empresas como Nestlé, Raia Drogasil, Ipiranga, Lojas Americanas, B2W, Coca-Cola, Andina, Embraco, Martins Atacado, Loja do Mecânico, Santo Antônio Energia, Ecoporto e Silimed. Atualmente é uma das professores do Curso de Gestão de Estoques ministrado semestralmente pelo ILOS. Atuou no desenvolvimento e gerenciamento dos Cursos Online de Logística e Supply Chain, Processos de Suprimentos, Planejamento da Demanda, Gestão de Estoques e Gestão Industrial. Ainda na área de capacitação, foi responsável por aplicar os jogos empresariais do ILOS em empresas como Raia Drogasil, Fibria, NEC, Novartis e Moove.

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