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Supply Chain Finance: Ainda mais importante em períodos de crise

Supply Chain Finance pode ser entendido como a gestão dos fluxos financeiros em uma cadeia de suprimentos com o objetivo de obter recursos, reduzir a necessidade de capital de giro e minimizar os custos de acesso ao crédito. No cenário econômico desenhado para o Brasil neste ano, com agravamento da crise financeira, aumento dos juros e maiores restrições ao crédito, este tema passa, pois, a ser um dos protagonistas na agenda dos executivos das áreas de suprimentos e finanças.

Para entender as práticas das empresas brasileiras na gestão dos fluxos financeiros da cadeia de suprimentos e compará-las com as práticas internacionais, o ILOS coordenou uma pesquisa inédita, com apoio da Rutgers University, Arizona State University e Technical University of Berlin, com 59 executivos de Suprimentos e 50 executivos de Finanças de 67 empresas listadas entre as 1000 maiores do país. As principais iniciativas relacionadas com Supply Chain Finance identificadas na pesquisa foram: redução dos níveis de estoque, aumento do prazo de pagamento aos fornecedores e busca por financiamento entre elos da cadeia.

No que se refere a redução dos níveis de estoque, a pesquisa apenas comprovou o que já era esperado: a grande maioria das empresas (95%) fazem esforços sistemáticos para redução dos níveis de estoque, algo ainda mais crítico no cenário de redução significativa da demanda. A boa notícia é de que a maioria esmagadora (97%) das empresas obteve êxito em seus esforços de redução dos níveis de estoque, que foi em média de 21%. O ponto de atenção é o possível comprometimento da disponibilidade de produtos, evidenciado pelos 30% dos respondentes que afirmaram que houve um aumento das rupturas, na média em 10%.

Uma grande parcela das empresas brasileiras (86%) também se mostrou ávida por ampliar o prazo de pagamento dos fornecedores, que é na média de 22 dias, menor do que a média obtida com dados de empresas nos EUA, Alemanha, Suécia e África do Sul. Em apenas 5% dos casos esse prazo é maior do que 60 dias no Brasil, contra 18% nos demais países. A distensão do prazo é certamente mais difícil por aqui, devido ao elevado custo de capital. A pesquisa sinaliza ainda que o foco das empresas brasileiras é ampliar o prazo de pagamento aos seus fornecedores de tamanho médio (faturamento entre R$10MM e R$100MM), enquanto nos outros países já existe uma pressão também nos grandes e pequenos fornecedores.

A maior oportunidade, no entanto, parece residir na obtenção de crédito mais barato para seus fornecedores. Menos da metade das empresas entrevistadas (46%) já buscou crédito mais barato para seus fornecedores, resultando em apenas 20% dos fornecedores beneficiados. Apesar disto, o índice de sucesso dessa estratégia é extremamente elevado, com 91% dos respondentes afirmando que obtiveram benefícios para sua empresa com esta prática e que buscariam novamente este tipo de iniciativa, que é um excelente exemplo de práticas de “ganha-ganha” na gestão da cadeia de suprimentos.

Certamente, essas práticas não são novidades, mas a atenção dos gestores de Supply Chain para o fluxo financeiro fará com que essas iniciativas sejam integradas as estratégias da área, com uma análise mais apropriada dos benefícios e riscos associados a cada uma delas. Além disso, 2016 parece ser um momento excelente para colocá-las em prática!

 

Referência

<https://ilos.com.br/web/analise-de-mercado/relatorios-de-pesquisa/planejamento-no-supply-chain/>

 

https://ilos.com.br

Sócio Executivo do ILOS. Graduado em Engenharia de Produção pela EE/UFRJ, é Mestre em Administração de Empresas pelo COPPEAD/UFRJ com extensão na EM Lyon, França, e doutor em Engenharia de Produção na COPPE/UFRJ. Tem diversos artigos publicados em periódicos e em revistas especializadas, sendo um dos autores do livro: “Previsão de Vendas: Processos Organizacionais & Métodos Qualitativos e Quantitativos”. Suas áreas de pesquisa são: Planejamento da Demanda, Serviço ao Cliente no Processo Logístico e Planejamento de Operações. Atuou durante 8 anos no CEL-COPPEAD/UFRJ, ajudando a organizar a área de Ensino em Logística. Em consultoria, realizou diversos projetos na área de logística, como Diagnóstico e Plano Diretor, Previsão de Vendas, Gestão de Estoques, Planejamento da Demanda e Plano de Capacitação em empresas como Abbott, Braskem, Nitriflex, Petrobras, Promon IP, Vale, Natura, Jequití, entre outras. Como professor, ministrou aulas em empresas como Coca-Cola, Souza Cruz, ThyssenKrupp, Votorantim, Carrefour, Petrobras, Vale, Via Varejo, Furukawa, Monsanto, Natura, Ambev, BR Distribuidora, ABM, International Paper, Pepsico, Boehringer, Metrô Rio, Novelis, Sony, GVT, SBF, Silimed, Bettanin, Caramuru, CSN, Libra, Schlumberger, Schneider, FCA, Boticário, Usiminas, Bayer, ESG, Kimberly Clark e Transpetro, entre outras.

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