HomePublicaçõesInsightsRodoviário perde participação, mas matriz de carga ainda é desequilibrada

Rodoviário perde participação, mas matriz de carga ainda é desequilibrada

Um assunto que sempre volta à pauta no Brasil é o transporte de cargas e a relação entre os modais no país. É de consenso geral que o Brasil carece de investimento em várias frentes e necessita uma maior integração entre os diferentes meios de movimentação de cargas. A minha ideia aqui é trazer alguns dados e números interessantes que foram apresentados pelo ILOS no nosso Fórum Internacional de Supply Chain.

A matriz de transportes do país, como todos sabem, é fortemente dominada pela participação do modal rodoviário. Porém, em 2018, as rodovias tiveram a menor representatividade de toda a série histórica, perdendo espaço para o modal ferroviário e a cabotagem. Muito disso se deve à tabela mínima de fretes, que elevou ainda mais o já oneroso custo do modal rodoviário. Também é possível destacar o incremento da produção agrícola, que em 2018, teve 55% do seu volume escoados por ferrovias e hidrovias, como comentou o consultor Alexandre Lobo.

Figura 1 – Evolução da matriz de transporte de cargas do Brasil, de 2016 para 2018, em TKUs
Fonte: ILOS

No entanto, esse valor de 60% atribuído ao modal rodoviário ainda é muito elevado quando comparado a outros países. Para termos ideia, em países de dimensões similares ao Brasil, como China e EUA, essas representatividades ficam em torno de 32% e 43%, respectivamente. Dito isso, seria razoável inferir que nossa malha rodoviária é extensa e capilarizada, o que não é a realidade do país. Hoje, o Brasil possui cerca de 213 mil km de rodovias pavimentadas contra 4.774 mil km na China e 4.474 mil km nos EUA, e tudo isso sem entrar no mérito qualitativo das estradas.

A infraestrutura do transporte ferroviário nacional também apresenta suas carências. São 30 mil km de ferrovias no país, número próximo de 8x menor que os Estados Unidos, por exemplo. Além disso, existe uma concentração muito elevada do tipo de carga transportado por essas vias, com destaque principalmente para o minério de ferro, seguido dos agrícolas soja, milho e açúcar. Ao menos, o governo vem acenando com novos investimentos e novas concessões nessa área, como a do trecho entre Porto Nacional (TO) e Estrela d’Oeste (SP) da Ferrovia Norte-Sul, vencida pela Rumo.

A cabotagem, por sua vez, apresenta enormes potenciais de crescimento. Representando apenas 11% da movimentação nacional, esse modal é a melhor opção para transporte de grandes volumes por longas distâncias ao longo da costa. O modal aquaviário (incluindo aí o hidroviário) possui diversas vantagens em termos econômicos, ambientais e sociais, possibilitando a redução de acidentes de trânsito, emissões de gases de efeito estufa e o custo logístico do transporte.

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Fontes:
‘https://ilos.com.br/web/agronegocio_na_luta_para_reduzir_o_custo_de_transporte
‘https://ilos.com.br/web/cabotagem-no-brasil-importancia-beneficios-e-crescimento
‘https://ilos.com.br/web/ferrovias-minerio-em-alta-soja-com-espaco-para-crescer

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