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Portos do Arco Norte no eixo da exportação de grãos

O ano de 2017 promete recorde histórico de movimentação de soja e milho nos portos do Arco Norte. Segundo o jornal Valor Econômico desta semana, estudo inédito da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) calcula que aproximadamente 24% dos quase 100 milhões de toneladas de soja e milho previstos para exportação em 2017 sairão do Brasil por um dos portos do Arco Norte (Santarém (PA), Barcarena (PA), Santana (AP), Itacoatiara (RO) ou São Luis (MA)).

Caso esse número se confirme, ele será impulsionado principalmente pela safra recorde esperada pela Conab para 2016/2017, pois a região ainda sofre com limitações na infraestrutura que liga os polos de produção aos portos do Arco Norte. Apenas como exemplo, embora as traders estejam investindo em terminais e estações de transbordo, a BR-163 continua com problemas no Pará, desde a fronteira com o Mato Grosso.

Em post anterior, já havíamos conversado sobre o crescimento da movimentação de soja nos portos do Arco Norte, e o cenário não muda muito quando se acrescenta o milho na análise. Em 2016, os portos do Arco Norte exportaram 18% da soja e do milho brasileiros, ficando atrás apenas de Santos como maior exportador desses grãos no Brasil (35%).

Portos do Arco Norte - volume exportação - blog ILOS

Figura 1 – Principais regiões exportadoras de soja e milho x Principais portos (volume em milhões de toneladas)

Fonte: ILOS

Assim como no caso isolado da soja, o crescimento da movimentação de soja e milho no Arco Norte não rouba carga de Santos (SP), como muitos poderiam imaginar. Na análise dos últimos seis anos, Santos viu o volume desses grãos crescer em números absolutos, consolidando seu share em torno dos 35% e se mantendo como a principal via de escoamento dos grãos de Mato Grosso e Goiás.

Em contrapartida, as simulações já realizadas mostram que os portos do Arco Norte se tornam atrativos financeiramente para os grãos produzidos nas áreas acima do paralelo 16. Isso engloba polos importantes de produção, como Lucas do Rio Verde (MT) e Sorriso (MT), além da região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Já os grãos do Rio Grande do Sul saem pelo porto de Rio Grande (RS), enquanto Paranaguá (PR) recebe principalmente o granel do Paraná e do Mato Grosso do Sul, com Vitória (ES) sendo uma opção a Santos em relação aos grãos do Mato Grosso e de Goiás.

Ou seja, os portos do Arco Norte chegaram para complementar a infraestrutura de transportes para a exportação de grãos do Brasil e não substituir um ou outro porto. Os investimentos em infraestrutura para a região Norte continuam sendo muito importantes para o Brasil, mas não podemos esquecer de que os acessos terrestres ainda estão entre os principais problemas dos grandes portos do País, especialmente de Santos.

Referências:

< aliceweb.mdic.gov.br>

<http://www.valor.com.br/agro/4862084/aumenta-exportacao-de-soja-e-milho-pelos-portos-do-arco-norte>

https://ilos.com.br

Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em Comunicação Social pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA). Atuação em diversos projetos com ênfase na análise de mercado para empresas como Unilever, Intertank, Invepar, Aqces, Banco Interamericano de Desenvolvimento e Banco Mundial.

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