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Os elefantes da sala de negociações da COP21

Desde a semana passada, chefes de Estado de 195 países estão reunidos em Paris discutindo a assinatura de um acordo que visa reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa. O objetivo é que, ao final da COP21, cada nação tenha estabelecida uma meta de redução de emissões que irá nortear as ações no país pelos próximos anos. Uma questão, entretanto, vem causando polêmica desde antes da Conferência Climática e é motivo de protesto entre diversos ativistas: as emissões de CO2 advindas do transporte aéreo e marítimo.

Figura 1 – Banner do site criado por ativistas que desejam chamar a atenção para as questões ligadas às emissões dos setores marítimo e de aviação

Fonte: http://www.elephantsintheroom.eu/

 

As indústrias de aviação e navegação são responsáveis por mais de 5% das emissões de dióxido de carbono na atmosfera. Se juntas formassem um país, elas seriam o 6º país mais poluente do mundo, emitindo mais CO2 que Alemanha e Reino Unido, por exemplo (Ver Figura 2). Seguindo no ritmo atual, o esperado é que o dióxido de carbono advindo dos modais aéreo e marítimo chegue a representar 32% de todo o volume emitido no mundo em 2050. Apesar dos grandes números, acredita-se que a COP21 chegará ao fim no dia 11 de dezembro sem que esses setores da economia sejam regulados e tenham metas de redução das emissões.

Figura 2 – Emissão de CO2 por país/órgão em 2014

Fonte: Adaptado de EDGAR (Emission Database for Global Atmospheric Research)

 

Há anos tenta-se regular as emissões de CO2 desses setores, mas todas as tentativas fracassaram. Uma das maiores dificuldades de se fazer isso é resultado da natureza supranacional dessas atividades, ou seja, mais de um país está envolvido no transporte, dificultando a alocação das emissões a uma nação. Como exemplo, pode-se citar o caso da Holanda. O porto de Roterdã é o principal da Europa e por ele é expedida a maior parte das cargas do continente. Caso as emissões do transporte marítimo fossem alocadas ao país onde o material foi embarcado, a Holanda seria imensamente prejudicada.

As agências da ONU responsáveis pelo transporte marítimo e aéreo, IMO e ICAO, respectivamente, ficaram responsáveis por perseguir a redução de emissões de gases causadores do efeito estufa a partir da assinatura do Protocolo de Kyoto em 1997. Entretanto, apesar de algumas recomendações, nenhuma regulamentação foi definida, pois as lideranças das agências temem que medidas assim reduzam a eficiência dos modais ou limitem a capacidade dos setores, impedindo que a demanda criada pela economia mundial seja atendida.

Com o aumento da preocupação com o aquecimento global ano após ano, as pressões na indústria marítima e de aviação aumentarão e medidas concretas devem ser tomadas. Modernização das frotas, implantação de tecnologias para uso mais eficientes do combustível e utilização de combustíveis alternativos são exemplos de iniciativas já praticadas e que devem se tornar obrigatórias com o passar do tempo. Basta saber com que urgência o assunto será tratado, pois o meio-ambiente já está dando sinais que não esperará muito tempo.

 

Referências

<http://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2015/12/entenda-o-que-esta-em-jogo-na-cop21.html>

<http://america.aljazeera.com/articles/2015/12/3/carbon-emitters-air-sea-could-weaken-climate-deal.html>

<http://edgar.jrc.ec.europa.eu/overview.php?v=CO2ts1990-2014&sort=des9>

<http://www.elephantsintheroom.eu/>

Mais de 11 anos de experiência em projetos de capacitação e consultoria, com foco em Logística e Supply Chain. Em consultoria, realizou projetos como Plano Transformacional de Logística, Diagnóstico das operações logísticas, Estratégia e Calendarização da Operação de Transporte, Mensuração do Custo de Servir, Estudo de Mercado, Mapeamento de Oportunidades de Redução de Inventário, Revisão do Processo de S&OP, Plano de Capacitação e Implementação de Processos Comerciais em empresas como Nestlé, Raia Drogasil, Ipiranga, Lojas Americanas, B2W, Coca-Cola, Andina, Embraco, Martins Atacado, Loja do Mecânico, Santo Antônio Energia, Ecoporto e Silimed. Atualmente é uma das professores do Curso de Gestão de Estoques ministrado semestralmente pelo ILOS. Atuou no desenvolvimento e gerenciamento dos Cursos Online de Logística e Supply Chain, Processos de Suprimentos, Planejamento da Demanda, Gestão de Estoques e Gestão Industrial. Ainda na área de capacitação, foi responsável por aplicar os jogos empresariais do ILOS em empresas como Raia Drogasil, Fibria, NEC, Novartis e Moove.

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