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Mercado e Logística do Minério de Ferro no Brasil


O principal produto exportado pelo Brasil em volume, o minério de ferro, ganhou destaque em várias notícias no início de 2021. Se por um lado, a crise do novo coronavírus afetou fortemente os volumes exportados em 2020, por outro, o mercado de aços aquecidos na China e a baixa oferta de minério de qualidade elevaram os preços a patamares históricos. Além disso, há muita discussão sobre os investimentos na logística do minério de ferro, seja em termos de infraestrutura, com o Leilão dos trechos 1 e 2 da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), vencido pela Bahia Mineração (Bamin), ou seja por questões socioambientais, devido à interdição do Terminal Tecar, da CSN e do Terminal da Ilha da Guaíba, da Vale, ambos no Porto de Itaguaí.

Em 2020, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), o Brasil exportou 337 milhões de toneladas de minério de ferro, menor volume desde 2013. Esta redução no volume exportado ocorreu basicamente no Terminal de Tubarão, da Vale, em Vitória-ES. Este terminal, que exportou 67 MM ton em 2019, teve queda de mais de 30% no volume transportado, levando o valor de 2020 para 45 MM ton. Os destaques positivos ficam para o Terminal da Ponta da Madeira, em Itaqui, também operado pela Vale, cujo volume transportado somou 186 MM ton, e para o Porto de Açu, em São João da Barra-RJ, com o maior volume exportado na história do complexo portuário: 23,7 MM ton.

logística do minério de ferro - volume exportado - ILOS Insights Figura 1 – Evolutivo dos volumes exportados de minério de ferro no Brasil. Fonte: Antaq. Análise: ILOS

Apesar da queda do volume transportado em 2020, os preços da commodity atingiram valores históricos em 2021. De acordo com a Fastmarkets MB, no final de abril, o preço do minério de ferro no Porto de Qingdao, na China, chegou a US$ 193,58 por tonelada, maior valor na série histórica de 13 anos. No dia da máxima histórica, o preço do minério de ferro acumulava, em 2021, alta de 20,6%.

Além dos preços atrativos, investimentos em infraestrutura no escoamento do minério também foram destaque no noticiário. Em abril de 2021, ocorreu o leilão dos trechos 1 e 2 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), cuja empresa vencedora da concessão foi a Bahia Mineração (Bamin), com lance mínimo de R$ 32,7 milhões. A Bamin opera a Mina Pedra de Ferro, em Caetité, e depende da ferrovia e de um terminal de uso privativo (TUP) no Porto de Ilhéus para explorar a jazida de minério de ferro, cuja expectativa de produção é de 18 MM ton por ano. Os investimentos em infraestrutura serão essenciais para o escoamento da commodity e será no futuro uma possível alternativa logística importante para os grãos produzidos no interior baiano.

logística do minério de ferro - mapa FIOL - ILOS Insights.png Figura 2 – Trechos 1 (de Ilhéus até Caetité) e 2 (de Caetité até Barreiras) da Fiol. Fonte: Programa de Parceria em Investimentos.

Há grandes expectativas acerca dos volumes que poderão escoar pela Fiol, principalmente relacionado ao minério de ferro, e os investimentos em logística tornarão o minério brasileiro cada vez mais competitivo no mundo. Vale ressaltar, porém, que será muito importante ter na pauta os impactos ambientais no escoamento do produto. O Tecar, no porto de Itaguaí, teve suas operações paralisadas por conta de denúncias de impactos ambientais na Baía de Sepetiba. O Tecar é o principal terminal de exportação de minério de ferro no Porto de Itaguaí, tendo exportado, em 2020, 24,3 MM ton. Além do Tecar, o Tig (Terminal da Ilha da Guaíba), segundo principal terminal do Porto de Itaguaí para minério de ferro, com volume exportado de 23,7 MM ton em 2020, também foi interditado por ausência de licença ambiental para operar.

Referências:

ANTAQ
– Forbes – Itaguaí interdita terminal de exportação de minério de ferro da CSN
– Valor Econômico – Minério de ferro atinge maior preço em 13 anos
– Valor Econômico – Bamin é a única interessada e arremata ferrovia Fiol com lance mínimo
– Agência Brasil – Terminal da Vale no Rio é interditado por dano ambiental

Atua há 7 anos em consultoria, com experiência em mais de 20 projetos de Planejamento da Demanda e S&OP, Design de Rede Logística, Plano Diretor Logístico, Políticas de Estoques, Estratégia de Operações e Inteligência de Mercado

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