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A logística no Super Bowl

Enquanto milhões de brasileiros aguardam ansiosos o final de semana para curtir o carnaval, os norte-americanos e os aficionados por esporte estão na contagem regressiva por outro evento que ocorrerá no domingo: a final da liga nacional de futebol americano (NFL), mais conhecida como Super Bowl (Quer entender como é formado o Super Bowl? Veja aqui).

Há alguns meses comentei aqui sobre a logística nas olimpíadas, maior evento esportivo do mundo. Desta vez, o desafio é diferente, mas a importância não. Para se ter ideia do que representa o Super Bowl, ano passado a partida foi assistida por cerca de 163 milhões de pessoas mundo afora (111,4 milhões de espectadores apenas nos Estados Unidos, maior audiência da história da televisão norte-americana). No mercado paralelo, o preço médio do ingresso para a final deste ano é de U$ 5.300 (cerca de R$ 21.300), podendo chegar até U$ 17.500 (cerca de R$ 70.350). Alguns dos mais criativos e históricos comerciais da televisão foram exibidos durante o intervalo do jogo, afinal, trata-se da inserção em intervalos comerciais mais cara do mundo: em 2016, um comercial de 30 segundos está avaliado em US$ 4,8 milhões (cerca de R$ 19,3 milhões).

No domingo, o Denver Broncos, time sediado no Colorado, e o Carolina Panthers, natural da Carolina do Norte, se enfrentam na Califórnia pelo 50º título do Super Bowl (Figura 1). Se você se perguntou porque o jogo ocorrerá na Califórnia, distante dos dois Estados, saiba que essa é um dos desafios logísticos inerentes ao evento. O local aonde a partida é realizada muda anualmente e a escolha ocorre com no mínimo 3 anos de antecedência, independendo, portanto, dos times que disputam a final. Isso significa que, além de ter que realizar um planejamento bem diferente a cada ano, uma enorme quantidade de torcedores e apaixonados pelo esporte se desloca para a cidade sede. Além das 70.000 pessoas que lotarão o Levi’s Stadium na decisão, mais de 1 milhão de pessoas são esperadas esta semana na Baía de São Francisco, local que abrigará o centro de mídia e a Super Bowl City, espaço dedicado a shows, lojas, eventos e um parque temático diretamente relacionados ao futebol americano.

Figura 1 – Localização dos times finalistas e do Super Bowl

Fonte: Adaptado de Google Maps

 

A condição climática é outro fator que geralmente traz uma complexidade a mais para o Super Bowl. Por sempre acontecer nesta época do ano, período de inverno no hemisfério do Norte, comumente acontecem jogos a baixas temperaturas, o que dificulta, além da própria partida, o transporte dos materiais até o estádio, por exemplo. Um caso emblemático dessa situação foi o Ice Bowl, como ficou popularmente conhecida a final do campeonato de 1967, quando os times jogaram em Wisconsin a uma temperatura -26oC. Neste ano a temperatura não deverá ser um inconveniente, já que a Califórnia está localizada mais perto da linha do Equador. Entretanto, chuvas fortes potencializadas pelo fenômeno El Niño trazem preocupação para a equipe de logística do evento.

Garantir a segurança de um evento tão visado mundo afora, coordenar as 50 organizações diferentes envolvidas no evento, planejar a chegada e saída dos milhares de espectadores. Esses são apenas alguns desafios logísticos do Super Bowl. Entretanto, nada que chame tanto a atenção quanto a operação logística envolvida no show que é realizado durante o intervalo do jogo. Michael Jackson, Madonna, Rolling Stones, U2 e Beyoncé foram alguns dos grandes artistas que já comandaram o show do intervalo e fizeram apresentações memoráveis. Este ano, a banda inglesa Coldplay será a atração principal e o desafio permanece: montar, em até 8 minutos, um palco high-tech, recheado de luzes e efeitos especiais. Para não danificar o gramado, toda a movimentação do material é feita a pé e utilizando-se apenas de voluntários. Após os cerca de 12 minutos de show, tudo deve ser desmontado em 7 minutos para que o jogo possa recomeçar como se nada tivesse acontecido. O vídeo 2 mostra, em tempo acelerado, a impressionante operação envolvida no show do ano passado realizado pela cantora Katy Perry.

 

Vídeo 2 – Vídeo acelerado do show do intervalo do Super Bowl de 2015

Fonte: dorkTech

 

Realizar a logística de um evento que envolve tantas pessoas e expectadores é sempre um enorme desafio e, domingo, acontecerá mais um capítulo dessa história. Dilúvio, invasão de campo e queda de energia foram algumas das situações que já deram muita dor de cabeça para os organizadores do evento e estamparam os jornais no dia seguinte ao Super Bowl. Enquanto Peyton Manning e Cam Newton, líderes do Denver Broncos e do Carolina Panthers, respectivamente, sonham em ser a manchete do dia seguinte, a equipe de logística trabalha para não ser citada. Para um profissional da área, passar despercebido pode ser um dos maiores elogios e indícios de um trabalho perfeito!

Se interessou pelo Super Bowl, mas não entende bem o futebol americano? Confira neste breve vídeo as principais regras do jogo.

Mais de 11 anos de experiência em projetos de capacitação e consultoria, com foco em Logística e Supply Chain. Em consultoria, realizou projetos como Plano Transformacional de Logística, Diagnóstico das operações logísticas, Estratégia e Calendarização da Operação de Transporte, Mensuração do Custo de Servir, Estudo de Mercado, Mapeamento de Oportunidades de Redução de Inventário, Revisão do Processo de S&OP, Plano de Capacitação e Implementação de Processos Comerciais em empresas como Nestlé, Raia Drogasil, Ipiranga, Lojas Americanas, B2W, Coca-Cola, Andina, Embraco, Martins Atacado, Loja do Mecânico, Santo Antônio Energia, Ecoporto e Silimed. Atualmente é uma das professores do Curso de Gestão de Estoques ministrado semestralmente pelo ILOS. Atuou no desenvolvimento e gerenciamento dos Cursos Online de Logística e Supply Chain, Processos de Suprimentos, Planejamento da Demanda, Gestão de Estoques e Gestão Industrial. Ainda na área de capacitação, foi responsável por aplicar os jogos empresariais do ILOS em empresas como Raia Drogasil, Fibria, NEC, Novartis e Moove.

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