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Análise de rupturas na cadeia farmacêutica

Este ano, o ILOS realizou uma extensa pesquisa, em parceria e com patrocínio da Aché, ABRAFARMA, BD, Fidelize e Plannera, sobre a gestão da cadeia de suprimentos de fármacos no Brasil. Uma das análises mais interessantes foi sobre o nível de ruptura ao longo da cadeia.

O diagnóstico sobre a falta de produtos nos diferentes elos foi realizado de três formas diferentes:

  • Em primeiro lugar, uma pesquisa com executivos dos diferentes elos avaliou a percepção deles sobre o percentual de rupturas existente na sua empresa, que permitiu capturar uma primeira visão abrangente sobre a falta de produtos na cadeia;
  • Depois, foram realizadas 1.245 simulações de compra de uma lista de medicamentos, de alto e baixo giro, em estabelecimentos das cinco regiões do país, que ofereceu uma visão da ruptura na ponta da cadeia e o quanto esta pode ser diferente da visão dos executivos;
  • Por fim, com apoio da Fidelize e da Plannera, foi possível analisar 3.000.000 de pedidos das farmácias aos distribuidores para medir quantos deles não puderam ser atendidos plenamente por falta de produtos e o quanto esta ruptura representa em receita.

Percepção dos Executivos

Em resposta à pergunta: “Qual é o percentual de ruptura de estoque em sua empresa?”, os executivos da cadeia de fármacos apresentaram uma visão de que a ruptura aumenta conforme a cadeia se aproxima do consumidor final, chegando a 11,5% no caso de farmácias que são atendidas por distribuidores. Já no caso de grandes redes de farmácias, que possuem CD próprio, a maior ruptura da cadeia encontra-se no CD, que possui na visão dos executivos uma ruptura média de 9%. A Figura 1 ilustra estes resultados.

Figura 1 – Percepção dos executivos sobre a ruptura na cadeia de fármacos no Brasil - ILOS

Figura 1 – Percepção dos executivos sobre a ruptura na cadeia de fármacos no Brasil

Fonte: ILOS

 

Simulação de Compras no Varejo

Nossa equipe passou quase dois meses ligando para 1.245 farmácias, espalhadas por todo o Brasil, para simular a compra de uma lista de 12 medicamentos, 6 de alto giro e 6 de baixo giro, para tentar mensurar a ruptura de estoque no varejo. Os resultados apontam para imensas oportunidades na cadeia de fármacos. O índice de ruptura geral foi de 31%, ou seja, em quase um terço das simulações realizadas não havia pelo menos um produto da lista, conforme figura 2.

rupturas na cadeia farmacêutica

Figura 2 – Análise da ruptura no varejo por simulação de compra

Fonte: ILOS

 

Mesmo quando separamos a ruptura em produtos de alto giro e baixo giro, encontramos uma situação bem pior do que aquela percebida pelos executivos, com 19% de ruptura nos produtos de alto giro e 43% de ruptura nos produtos de baixo giro, conforme figura 3.

 

Figura 3 – Análise da ruptura no varejo por giro de produto - ILOS

Figura 3 – Análise da ruptura no varejo por giro de produto

Fonte: ILOS

 

Análise de 3.000.000 de pedidos das farmácias

A análise dos mais de 3.000.000 de pedidos das farmácias para os distribuidores mostrou que 14% dos pedidos apresentavam algum tipo de ruptura, fazendo com que 8,2% do valor do pedido não fosse faturado, o que gera uma perda anual no faturamento de R$ 2 bilhões, conforme ilustrado na figura 4.

rupturas na cadeia farmacêutica

Figura 4 – Análise de pedidos das farmácias para os distribuidores farmacêuticos

Fonte: ILOS

 

Apesar destes números impressionantes sobre rupturas, quando perguntados sobre “Qual é a cobertura média de estoque de sua empresa (em dias)?, os executivos apontaram uma cobertura total da cadeia de 162 dias, em média, ou seja, quase 6 meses de estoque na cadeia, conforme figura 5.

Figura 5 – Cobertura média de estoque (em dias) da cadeia farmacêutica - ILOS

Figura 5 – Cobertura média de estoque (em dias) da cadeia farmacêutica

Fonte: ILOS

 

Os resultados deste estudo apontam para as enormes oportunidades existentes a partir de uma melhor gestão de estoques na cadeia, sobretudo quando olhamos para medicamentos de baixo giro e para o interior do país, mercado que crescerá em ritmo mais intenso nos próximos anos. Indica, também, que o problema parece ser maior do que o percebido pelos executivos do setor, que devem estar atentos a estas oportunidades.

 

Referências

Pesquisa ILOS 2015 sobre a gestão da cadeia de suprimentos de fármacos no Brasil

https://ilos.com.br

Sócio Executivo do ILOS. Graduado em Engenharia de Produção pela EE/UFRJ, é Mestre em Administração de Empresas pelo COPPEAD/UFRJ com extensão na EM Lyon, França, e doutor em Engenharia de Produção na COPPE/UFRJ. Tem diversos artigos publicados em periódicos e em revistas especializadas, sendo um dos autores do livro: “Previsão de Vendas: Processos Organizacionais & Métodos Qualitativos e Quantitativos”. Suas áreas de pesquisa são: Planejamento da Demanda, Serviço ao Cliente no Processo Logístico e Planejamento de Operações. Atuou durante 8 anos no CEL-COPPEAD/UFRJ, ajudando a organizar a área de Ensino em Logística. Em consultoria, realizou diversos projetos na área de logística, como Diagnóstico e Plano Diretor, Previsão de Vendas, Gestão de Estoques, Planejamento da Demanda e Plano de Capacitação em empresas como Abbott, Braskem, Nitriflex, Petrobras, Promon IP, Vale, Natura, Jequití, entre outras. Como professor, ministrou aulas em empresas como Coca-Cola, Souza Cruz, ThyssenKrupp, Votorantim, Carrefour, Petrobras, Vale, Via Varejo, Furukawa, Monsanto, Natura, Ambev, BR Distribuidora, ABM, International Paper, Pepsico, Boehringer, Metrô Rio, Novelis, Sony, GVT, SBF, Silimed, Bettanin, Caramuru, CSN, Libra, Schlumberger, Schneider, FCA, Boticário, Usiminas, Bayer, ESG, Kimberly Clark e Transpetro, entre outras.

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